Obra de Luís Sebastien é um manual de referência para o estudo da cerâmica
“A Faiança Portuguesa de Olaria na Intervenção Arqueológica no Mosteiro de São João de Tarouca” é um trabalho de Luís Sebastian, director do Museu de Lamego. A obra foi considerada um manual de referência para o estudo da cerâmica moderna e contemporânea e um “belíssimo guia metodológico para estudos similares”.
As palavras são de Luís Fontes, da Unidade de Arqueologia da universidade do Minho, a quem coube a apresentação da publicação através dos seus oito capítulos. O arqueólogo realçou ainda o facto de o modelo metodológico adotado ter tido a flexibilidade de se adaptar ao Mosteiro de São João de Tarouca, cujo objetivo foi desde sempre recuperar e musealizar.
Pelo caminho, e com mais de 3.500 metros quadrados escavados entre 1998 e 2007, o que faz desta escavação uma das maiores em território português, surgia um espólio inusitado e inimaginável, onde a cerâmica assumia um papel de destaque, atingindo cerca de 117 mil fragmentos exumados.
Nesta obra apresenta-se o estudo tipológico de 2.782 peças de faiança portuguesa de olaria que foi possível identificar (num total de 88 mil fragmentos, o que confirmou o conjunto como um dos maiores de cerâmica Moderna a ser exumado em Portugal) constituídas pela colagem de mais de 13 mil fragmentos, num total de 226.701 kg de peso, assumindo-se este conjunto como amostra de um universo mais extenso, mas que ilustra a produção de faiança portuguesa, num dos maiores trabalhos de registo gráfico alguma vez realizado em Portugal.
Para o autor, mais do que tirar conclusões, era imperativo dar respostas e partilhar a investigação que ao longo dos anos foi sendo sujeita à crítica através de um conjunto de artigos que foram sendo publicados em Atas e Revistas Científicas, “uma partilha em tempo útil”, como lhe chamou Luís Sebastian.
“A Faiança Portuguesa de Olaria na Intervenção Arqueológica no Mosteiro de São João de Tarouca” condensa agora toda essa informação, revista e melhorada, adicionando novos e inéditos capítulos. No final, é ambição do autor que esta obra possa vir a ser um manual para todos os estudantes que se envolvam no estudo da cerâmica moderna portuguesa e um meio e um princípio para novas interpretações.
Ao todo, nesta publicação, estão refletidos 17 anos de um intenso trabalho, onde a multidisciplinaridade marcou sempre lugar. Antes de qualquer outra consideração, “A Faiança Portuguesa de Olaria na Intervenção Arqueológica no Mosteiro de São João de Tarouca” arranca com a referência às dezenas de profissionais que ao longo dos anos contribuiram para tornar possível esta publicação.
Fonte: www.jornaldocentro.pt