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Museu de Lamego

Apresentação: um museu quase centenário

O Museu de Lamego foi criado por Decreto a 5 de abril de 1917, na sequência da implantação da República e consequente nacionalização dos bens da Igreja. No entanto, e apesar de oficialmente criado, viria a abrir as portas ao público mais de um ano depois, a 21 de maio de 1918.

Quem conhece o Museu de Lamego, será difícil imaginar que, há quase 100 anos, apenas ocupava cinco salas daquele que foi durante séculos o Paço Episcopal. Hoje são cerca de 30 salas aquelas que acolhem a coleção permanente.

Visitar o Museu de Lamego é percorrer a história, do século I ao século XX. É esta a viagem que propomos ao longo desta semana, na semana que a RPM dedica a um museu que começou por ser denominado de “Museu Regional de Obras de Arte, Arqueologia e Numismática”, mas que a especificidade e qualidade do acervo viriam a mudar. O termo “Regional” foi abolido em 1965 e o museu passou a denominar-se apenas por Museu de Lamego.

A qualidade e especificidade de que falamos, deve-se em muito aos dezoito Tesouros Nacionais que guarda no seu interior e que faz do Museu de Lamego uma referência a nível nacional e internacional.

Edifício: de provisório a definitivo

O Museu de Lamego encontra-se instalado no antigo Paço Episcopal, localizado no centro histórico da cidade, junto à monumental Sé. Local originalmente afetado pelo percurso do rio Coura, esta linha de água viria a ser desviada no início do século XVI por ordem do Bispo D. Fernando de Menezes Coutinho e Vasconcelos. O mesmo bispo, no mesmo século, ordena a reconstrução, de raiz, da casa episcopal. Cerca de duzentos anos depois, entre 1773 e 1786, outro prelado, D. Manuel de Vasconcelos Pereira, manda reconstruir o Paço Episcopal, assumindo o edifício o gosto barroco da época, que ainda hoje é visível na fachada.

A implantação da República em 1910 viria a determinar a criação do Museu de Lamego em 1917 e a consequente abertura ao público a 21 de maio de 1918.

A instalação do Museu numa parcela – cinco salas – do antigo Paço Episcopal foi de início provisória, mas viria a tornar-se definitiva. De facto, o edifício do antigo Hospital da Misericórdia, atualmente ocupado pelo Teatro Ribeiro Conceição, para onde se tinha determinado a sua transferência, acabou destruído por um calamitoso incêndio. Esta vicissitude viria a ser determinante para que se desse início a um longo e faseado processo de beneficiação e ampliação do espaço que o Museu ocupava no antigo Paço, levado a efeito entre as décadas de 30 e 60 do século passado, à medida que iam sendo desalojados outros serviços que aí se encontravam instalados, designadamente, os Bombeiros Municipais, a Guarda Nacional Republicana, uma dependência da Junta Autónoma de Estradas e a Biblioteca Municipal.

Só na década de sessenta do século XX é que o Museu de Lamego vai ocupar todo o edifício do Paço Episcopal.

 

De Paço Episcopal a Museu

A génese da criação do Museu de Lamego, vamos encontrá-la no início do século XX, sob o bispado de D. Francisco José Ribeiro de Vieira e Brito, o último prelado a ocupar o Paço Episcopal. O bispo pretendeu instalar no Paço um Museu de Arte Sacra, recolhendo peças, porventura, menos apreciadas e dispersas pela Diocese.

O projeto viria a ser interrompido com a implantação da República e consequente nacionalização dos bens da igreja. Em 1911 a Câmara Municipal de Lamego decide a criação de um Museu Artístico, tendo por base o espólio então nacionalizado. No entanto, este projeto apenas viria a ser oficializado em 1917, com a criação do “Museu Regional de Obras de Arte, Arqueologia e Numismática”, mais tarde apenas denominado de Museu de Lamego.

As indispensáveis obras de adaptação e remodelação introduzidas no edifício, que decorreram entre 1929 e 1990 divididas em três fases, de modo a alterar-se a função, de residência episcopal a museu, não lhe retiraram o caráter de uma construção palaciana de província, em uso na centúria de Setecentos, organizada em torno de um pátio central e ampla escadaria interior de acesso ao piso nobre, que conserva como marca distintiva do uso primitivo, o brasão prelatício na fachada principal. No primeiro piso, conservou-se praticamente inalterada a capela privada mandada edificar por D. Manuel de Vasconcelos Pereira. De planta octogonal e decorada com frescos no teto, constitui uma evocação do gosto dos antigos prelados.
Da reconstrução do século XVIII, últimas grandes obras no edifício ao tempo em que os bispos ainda o habitavam, mantém-se assim a fachada, o pátio interior e a Capela Particular do Bispo, esta integrada no discurso expositivo do Museu.

Exposição permanente

Atualmente, a exposição das coleções, organizada por tipologias e de acordo com critérios cronológicos, ocupa 26 salas distribuídas pelos dois pisos do edifício.

No rés-do-chão, são apresentados os meios de transporte, escultura, materiais pétreos e cerâmica e mobiliário, destinando-se ao piso superior a exposição de pintura, escultura, tapeçaria, ourivesaria (religiosa e civil), paramentaria, escultura religiosa, paramentaria e mais mobiliário. Em reserva, entre outras representadas na exposição permanente, encontram-se as coleções de fotografia, desenho, gravura, numismática, armas e etnografia.

Apresenta como principais referências, as cinco pinturas sobre madeira de Vasco Fernandes (Grão Vasco), datadas de 1506-1511 e originalmente provenientes do retábulo da capela-mor da Sé de Lamego, e o conjunto de seis tapeçarias flamengas de início de século XVI, que inclui os quatro panos com desenho atribuído a Bernard Van Orley, representando a tragédia de Édipo, ambas classificadas como Tesouro Nacional. Também Tesouros Nacionais são um conjunto de seis painéis de azulejos do século XVII e uma arca tumular do século XIV.

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