Casa das Brolhas
Erigido em 1771 é um dos mais grandiosos edifícios solarengos de Lamego. A sua frontaria chama atenção pelos ornamentos decorativos invulgares, lavrados no granito, onde sobressai o imponente portão e o magnífico brasão da família. O escudo está dividido em cinco partições, realçando-se os sinais heráldicos dos Osórios, Menezes (marqueses de Marialva) esquartelado, Castros à sinistra com treze arruelas. É este edifício considerado imóvel de interesse público por despacho de 1975, sendo, a sua imponência, uma demonstração da prosperidade que a aristocracia detinha na região de Lamego no século XVIII. À Casa das Brolhas pertenciam vários notáveis que estavam ligados à mais antiga nobreza de Portugal, como Macário de Castro da Fonseca e Sousa, par do reino, brilhante parlamentar nos primeiros tempos do regime constitucional, grande benemérito de Lamego, como o foi seu neto, Macário de Castro da Fonseca e Sousa Pereira Coutinho, também par do reino. Outros antepassados seus se assinalaram, como Manuel Pinto da Fonseca que veio a ser Grão-mestre da Ordem de Malta. Classificação: IIP – Imóvel de Interesse Público
Edifício do antigo Seminário
Teve a sua origem no Colégio de S. Nicolau, fundado pelo bispo de Lamego, D. Manuel de Noronha, cujo desejo seria ali fazer um futuro seminário. O colégio, porém, deixou de atender às necessidades da diocese e entrou em decadência. Naquele mesmo local, o bispo D. João Binet Píncio fundou o seminário que ficou concluído em 1800, ali funcionou até ao advento da República, altura em que foi ocupado pelo ”Distrito de Recrutamento e Reserva de Infantaria nº 9”. O edifício sofreu obras de vulto já no século XX, ficando beneficiado pela subtração de um terceiro piso, inestético e arruinado. Sob administração do exército, tem funcionado como messe de oficiais.
Casa dos Serpas ou Casa de Santa Cruz
O palacete é uma peça setecentista, sendo os primeiros senhores da casa da família Leitão, de Fernão Vaz Ribeiro Leitão, que vivia em Lamego no final do século XVI. No século XVII é pertença de Simão Pereira Leitão Soares de Carvalho, cujos três últimos apelidos estão representados na pedra de armas. A Casa dos Serpas manteve-se com denominação de Casa de Santa Cruz até 1844, quando a família Leitão se ligou à família de Serpa Pimentel pelo casamento. Em 1860, há notícias de que quando o colégio do Padre Roseira saiu da Rua dos Fornos, foi para o solar da família de D. Vasco de Serpa em Santa Cruz, depois do colégio foi asilo de mendicidade. O Casão do RI 9 – a alfaiataria – também funcionou nos baixos deste prédio brasonado. Os belos azulejos e os tetos pintados há muito haviam desaparecido. Modestas famílias ocupavam o edifício… entretanto as chamas devoraram a Casa de Santa Cruz (Laranjo, 1989). O incêndio, ocorrido em 1979, destruiu totalmente o solar, dele restando apenas os componentes em granito. O edifício permaneceu assim em ruínas durante alguns anos até ser magnificamente recuperado pelo Ministério da Justiça, para albergar os serviços de Registos Civil e Predial, Notariado e Tribunal de Trabalho. A sua fachada principal, voltada para nascente, ostenta um brasão estilo rocaille, restaurado pela feliz intervenção a que já nos referimos.
Casa dos Vilhenas
Solar do século XVIII. Sobressai na fachada o brasão, de execução artística notável. Este solar pertenceu à família dos Pereira Coutinho de Penedono. Aqui já funcionou o Asilo de Infância Desvalida de Nª Senhora dos Remédios e a Escola Técnica. A Santa Casa de Misericórdia, proprietária do imóvel, aqui possui os serviços administrativos e o seu Museu. O seu brasão, esquartelado, exibe as insígnias heráldicas dos Pereiras, no primeiro quartel; as dos Coutinhos, no segundo; no terceiro quartel as dos Vilhenas e no quarto, as dos Menezes.
Casa das Mores
Palacete do Século XVII. Julga-se que a denominação “Mores” advém do facto de aqui terem residido alguns Capitães-Mores de Lamego. Os últimos fidalgos que habitaram este solar foram os Osórios. O edifício, embora deturpado ulteriormente, apresenta-se grandioso, de linhas simples mas corretas, com dois brasões expostos nos dois ângulos. Ambos os brasões ostentam chapéus eclesiásticos. O do lado direito do edifício tem os sinais heráldicos dos Coelhos, enquanto que o do ângulo esquerdo, esquartelado, tem no primeiro e quarto quartéis os Botelhos (com menos uma banda), no segundo quartel os Monteiros e o terceiro, com três flores–de-lis, poderá representar os Guedes. Em 1931 foi ali criado o Internato Académico de Lamego, a princípio misto e depois masculino. Posteriormente ali funcionou, por largos anos, a Casa de Saúde de Lamego, acabando por encerrar. Há poucos anos o solar foi adquirido por particular para ali instalar escritórios.
Casa do Espírito Santo
Este solar, de linhas singelas e sem grandes pormenores decorativos, foi construído na segunda metade do século XVII, pelo deão da Sé de Lamego, D. Luís da Cunha Guedes. Sobressaem dois brasões nos dois cunhais da casa, cujas insígnias armoriais pertencem à família do fundador, ambos dotados de chapéu eclesiástico com borlas. O brasão do lado da Avenida Visconde Guedes Teixeira tem as insígnias dos Cunhas e Guedes e o do lado esquerdo do edifício possui as armas armoriais dos Botelhos e Magalhães.
Casa dos Pinheiros de Aragão
Construído no final do século XVII, o solar pertenceu à nobre família dos Pinheiro de Aragão. Em 1885, João Pinheiro de Aragão alugou-o à Câmara de Lamego para instalação do Liceu, mas só em 1892 o edifício seria definitivamente comprado pela Câmara. “A Câmara comprou, por 14 contos, à família Pinheiro Aragão, o solar da rua Marquês de Pombal, em frente à igreja da Graça” (Mesquita, 1943, p.76). Sinais dos novos tempos, a decadência da velha aristocracia era tal que tinha que vender os seus solares, outrora faustosos!
Casa do Visconde de Arneiros ou Casa dos Pinheiros
Este magnífico palacete é um dos mais antigos edifícios brasonados de Lamego. Pertenceu este edifício ao primeiro Visconde de Arneirós, de seu nome António Pinheiro da Fonseca Osório Vieira e Silva, bacharel formado em direito, fidalgo cavaleiro por sucessão, vindo a ocupar vários cargos importantes (deputado da nação em várias legislaturas, provedor da Santa Casa de Misericórdia, vereador e Presidente da Câmara Municipal de Lamego e Presidente da Junta distrital).
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Antigo Paço do Bispo (atual edifício do Museu de Lamego)
O edifício é um dos mais esplendorosos palácios brasonados de Lamego. Com uma frontaria ampla voltada para a escadaria e Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, esta edificação, antigo paço episcopal da cidade, foi objeto de ampla remodelação entre 1772 e 1786, empreendida pelo bispo D. Manuel de Vasconcelos Pereira. Na sua fachada principal, composta por três corpos divididos por pilastras lisas de granito, ressaltam belas janelas bem características de um estilo fantasioso da época, possuindo as dos corpos laterais dois extensos varandins de pedra.
Casa do Assento ou Solar dos Padilhas
O Palacete foi habitado, pelo menos por algum tempo, pela nobre família dos Padilhas, mas a sua construção deve-se a outras famílias, conforme demonstram as insígnias armoriais lavradas no brasão.
Casa dos Loureiros ou dos condes de Alpendurada
Na estreita Rua dos Loureiros deparamos com o esplêndido palacete dos viscondes e condes de Alpendurada – uma edificação dos finais do século XVIII. A pedra de armas é muitíssimo bem trabalhada e sem erros heráldicos, enobrecendo o conjunto deste magnífico solar. As insígnias representadas na pedra de armas pertencem ao 2º conde de Alpendurada, João Baptista de Carvalho Pereira de Magalhães. Tem este escudo o campo dividido verticalmente em duas palas (partido em pala) e apresenta na primeira pala a cruz florenciada dos Pereiras e na segunda as armas dos Rochas. O solar tem permanecido na posse da família Girão que tem fortes ligações à região de Lamego. O brasão coberto de crepes é sinal de luto na família – uma tradição que se tem mantido.
Teatro Ribeiro Conceição
Colégio Imaculada Conceição
O solar é uma construção do século XVIII e foi mandado erigir pelo então cónego da Sé de Lamego, D. António Freire Gameiro Sousa, que mais tarde viria a ser nomeado bispo de Aveiro.
Casa dos Silveiras ou dos Viscondes de Guiães
Este solar é conhecido por antiga habitação dos Silveiras. Embora o edifício já não tenha o antigo aspeto aristocrático que possuía, devido a sucessivas obras nele efetuadas, o solar ainda mantém alguns traços que fazem atrair a atenção daqueles que apreciam a arquitetura dos edifícios brasonados que marcaram os melhores tempos da velha aristocracia portuguesa. No corpo mais extenso do edifício, voltado para a Sé, sobressai a sua bela pedra de armas, muitíssimo bem trabalhada. O brasão esquartelado apresenta no primeiro quartel, os sinais heráldicos dos Teixeiras; no segundo, os sinais dos Borges; no terceiro quartel, os Coutinhos e as insígnias dos Carvalhos aparecem no quarto quartel. Funcionou neste solar, durante vários anos, a já desaparecida Pensão Comércio. Posteriormente, o edifício foi adquirido e o seu interior foi profundamente remodelado para ali se instalar uma moderna residencial. Os fundos são ocupados por comércio diverso.
Fonte: www.cm-lamego.pt
www.solaresebrasoes.blogspot.pt