Carro militar destrói pelourinho de 1700
Caso em outubro de 2022 mas coluna protegida ainda está no chão. Exército paga, mas autarquias não encontram “empresa habilitada”.
As viaturas do Centro de Tropas de Operações Especiais fazem o percurso de três km entre os quartéis de Penude e de Santa Cruz, em Lamego, dezenas de vezes por dia sem incidentes. Mas a 21 de outubro de 2022 uma carrinha militar seguiu em frente numa curva e deitou abaixo o pelourinho de Arneirós, setecentista e protegido como Imóvel de Interesse Público desde 1933.
Mais de um ano depois, o pelourinho continua no chão, partido. Ao CM, o Exército afirma que “assumiu a sua responsabilidade”, acionando o seguro da viatura. Arcílio Jorge Lamelas, presidente da junta de freguesia de Vila Nova de Souto D’El Rei, descreve ao CM que deu “início a todos os procedimentos”, junto da Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN) e Divisão de Cultura e Património da Câmara de Lamego, bem como “várias diligências por forma a efetuar o restauro”. Mas encontrou “inúmeras dificuldades” em conseguir uma “empresa habilitada” para cumprir com as “condições técnicas estipuladas no caderno de encargos e memória descritiva” enviado pela DRCN.
Ao CM, Francisco Lopes, presidente da Câmara de Lamego, afirma que, agora, ao tomar conta dessas dificuldades, foi acordado que será a câmara a “agilizar com a maior brevidade possível a formalização do procedimento concursal e execução da intervenção de conservação e restauro do pelourinho”. Os pelourinhos (ou picotas) eram erigidos em local público para exposição e castigo dos criminosos, presos à coluna de pedra.
Ninguém diz quanto custa a obra
Questionadas, as três entidades não revelam os custos do restauro, o Exército por os desconhecer, mas assegurando “ligação com as autoridades locais e a seguradora, no sentido da assunção das responsabilidades e da reparação dos danos causados”.
Fonte: https://www.cmjornal.pt/portugal/detalhe/carro-militar-destroi-pelourinho-de-1700