Povoações sem água canalizada em aldeias de Lamego
Moradora de Sampaio proibida pelo médico de família de tomar banho com água de ribeiro.
Em pleno século XXI, a localidade de Sampaio, na freguesia de Penajoia, Lamego, não tem ainda abastecimento de água potável canalizada. Depois de promessas ‘levadas pelo vento’ durante anos e anos, a situação gera cada vez mais revolta entre os moradores. O município admite a “triste realidade” e espera apresentar uma solução a breve prazo.
“A água que corre nas nossas torneiras vem de um ribeiro e fica acumulada num pequeno depósito situado no cimo da aldeia. Daí, vem através de tubos, por gravidade, até às nossas casas. Mas o cheiro com que chega e a cor são insuportáveis”, indicou Ana Aires, residente em Sampaio.
“Tive um problema oncológico há quase um ano, fiquei sem um peito e depois apanhei uma infeção. O meu médico de família escreveu uma carta, que eu entreguei na Junta de Penajóia, onde está mencionado que eu não podia tomar banho com esta água nem mesmo lavar a própria roupa”, referiu.
Há vários anos que esta população ouve promessas de que a infraestrutura para o abastecimento domiciliário de água será construída, mas o tempo passa e a realidade mantém-se. “Vivo nesta localidade há 25 anos e a água sempre foi um problema. Nos depósitos improvisados até salamandras lá vão parar”, diz Ana Silva, outra moradora.
Confrontado com a situação, o presidente da Câmara de Lamego, Ângelo Moura, reconhece a “triste realidade”. “A freguesia da Penajóia, com exceção de uma ou outra localidade, não tem abastecimento domiciliário de água. É uma situação que pretendemos, em breve, solucionar definitivamente, uma vez que esta lacuna não garante a proteção da saúde pública”.
Fonte: www.cmjornal.pt