Excesso de trabalho levou a explosão fatal
Ministério Público analisa possibilidade de crime na tragédia de Lamego, onde morreram oito pessoas.
O relatório da investigação do Departamento de Armas e Explosivos (DAE) da PSP à explosão da pirotecnia de Avões, em Lamego, onde morreram 8 pessoas na tarde de 4 de abril deste ano, aponta que na origem do sinistro poderá ter estado o excesso de laboração da empresa nesse dia.
Ao que o CM apurou, os agentes da PSP e técnicos que, ao longo dos últimos seis meses, passaram pela pirotecnia Egas Sequeira, em Avões, em recolha de prova ou para fazer interrogatórios por delegação do Ministério Público, encontraram indícios de que mais de duas dezenas de pessoas trabalharam na empresa no dia da tragédia. O excessivo manuseamento de pólvora, substância perigosamente instável, terá causado as condições propícias para a ocorrência de sucessivas e violentas explosões. O primeiro dos rebentamentos terá ocorrido no momento em que uma carrinha estava a ser carregada com pólvora.
O CM sabe que o DAE da PSP deu por concluído o relatório da investigação ainda antes das férias judiciais, entregando-o ao Ministério Público de Lamego. A procuradora que tem tutelado a investigação ao caso das oito mortes prossegue com o inquérito e procura agora apurar a eventual prática de crimes. Caberá ao Ministério Público determinar se, por exemplo, existe prova suficiente para encontrar a prática de crimes como explosão, ou até homicídio por negligência. Recorde-se que Egas Sequeira (dono da empresa) e uma filha, três genros e uma sobrinha, para além de dois funcionários da firma, morreram na explosão.
Procedimento
Um eventual procedimento criminal derivado da investigação do Ministério Público à explosão fatal da pirotecnia de Avões, Lamego, poderá ser extinto por morte do dono da empresa.
Rebentamento
As ondas de choque que se seguiram à sucessão de explosões ocorridas na tarde de 4 de abril foram tão fortes que projetaram restos mortais das vítimas até 600 metros de distância.
Fiscalizada
A pirotecnia Egas Sequeira trabalhava, no momento das oito mortes, com base numa autorização provisória emitida pela PSP. A firma tinha sido fiscalizada um ano antes das explosões fatais.
Fonte: www.cmjornal.pt