“Agora podemos fazer o luto da nossa menina”
Famílias de Lamego aceitam receber corpos incompletos. Lágrimas no funeral de Ana.
“Depois de uma semana de espera, finalmente podemos sepultar a nossa menina e fazer o luto, mas foi muito doloroso”, disse entre lágrimas José Baptista, pai de Ana Sofia Baptista, a primeira das oito vítimas da tragédia de Lamego a ser sepultada.
Os rostos da tragédia em Lamego Explosão em fábrica de pirotecnica deixou família desfeita. Foto Direitos Reservados O funeral da jovem decorreu ontem à tarde em Veiros, Estarreja, precisamente uma semana depois da tragédia em que morreram também seis familiares e dois funcionários da empresa de pirotecnia Egas Sequeira em Avões, Lamego. “O corpo só nos foi entregue depois de assinarmos um documento no Ministério Público em como aceitávamos o corpo, mesmo sem estar completo”, acrescentou o pai da jovem.
Esta é a condição imposta às famílias para receberem os corpos depois de identificados. Os restos mortais que não sejam identificados serão cremados pelo Instituto de Medicina Legal. O corpo de Hélder Neto poderia ser libertado ontem, mas a falta da assinatura da mãe, que se encontra hospitalizada, impediu que a funerária o levasse para Lustosa, Lousada onde o trabalhador residia com a mãe.
Celeste Sequeira, tia de Ana Sofia e mulher do dono da fábrica de pirotecnia – que também morreu na explosão – foi uma das presenças mais notadas nas cerimónias fúnebres. Também o presidente da Câmara de Lamego, Francisco Lopes, se deslocou a Veiros para estar ao lado da família de Ana Sofia. O acidente ocorreu a 4 de abril às 17h30, precisamente à hora em que começaram as cerimónias fúnebres de Ana Sofia.
Fonte: www.cmjornal.pt