Bola de Lamego pronta para o forno da certificação
A receita é simples – massa necessária para quatro pães dá uma bola de tamanho tradicional com cerca de 750 gramas de peso -, saborosa e com bom rendimento, condimentos necessários e suficientes para o sucesso conhecido desde os tempos de maior crise até aos dias de hoje.
«Preservar a qualidade, através da certificação do produto, o que vai exigir a padronização do peso, apresentação mais cuidada, textura uniforme», é um dos objetivos a alcançar com o processo que, segundo Anabela Pereira, uma das impulsionadoras do ambicionado processo de cerificação, conta com a colaboração da UTAD (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro) na vertente técnica.
Anabela Pereira cresceu a ver confecionar bolas. O pai, após tirocínio na «Dalila», o primeiro estabelecimento da cidade a fabricar e comercializar bolas, estabeleceu-se e fundou, há meio século, a «Pastelaria da Sé», também conhecida por «Casa das Bolas».
A segunda geração imprimiu nova dinâmica ao negócio, embora sem desvirtuar as características de um produto tão caraterístico – e famoso – da cidade.
A bola à casa, tem como recheio fiambre – para ficar menos salgada – e presunto, o tão afamado presunto de Lamego, que o pai de Anabela Pereira comprava, outrora, porta a porta, aos produtores espalhados pela serra das Meadas e localidades limítrofes.
«Temos de nos adaptar aos hábitos e desejos da clientela, que procura hoje em dia produtos com menos sal», justifica Anabela Pereira.
Mas, a bola recheada com bacalhau, exclusiva da região, faz a diferença: o gadídeo demolhado e desfiado, temperado com azeite e cebola dá um sabor muito particular.
Outra variedade é o recheio com sardinha ou carne de vinha de alhos, naturalmente, mais forte, mas nem por isso, pelo contrário, menos caraterístico da região.
A bola de Lamego pretende afirmar-se, mantendo com a desejada certificação, as características que a tornaram apreciada e famosa.
Fonte: www.tsf.pt