Junta de Freguesia de Penajóia realizou sessão de esclarecimento agrícola sobre a mosca do vinagre
No dia 20 de agosto, realizou-se no Salão de Eventos da Junta de Freguesia de Penajóia uma sessão de esclarecimento agrícola sobre uma praga da cereja, da uva e de outros frutos vermelhos, com o nome de Drosophila Suzukki, mais conhecida por “Mosca do Vinagre”.
Dando continuidade à parceria celebrada entre a Estação de Avisos de Entre Douro e Minho da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte, a Junta de Freguesia de Penajóia e a Associação dos Amigos e Produtores da Cereja da Penajóia (AMIJÓIA), realizou-se uma sessão de esclarecimento agrícola sobre a praga Drosophila Suzukki, vulgarmente conhecida por “Mosca do Vinagre”, que este ano afetou consideravelmente as cerejas da Penajóia e da região do Douro, tendo criado muitas mossas na sua produção.
A sessão de trabalho foi conduzida pelo responsável da Estação de Avisos de Entre Douro e Minho, Eng.º Joaquim Guerner, que alertou para os danos causados por esta nova praga, demonstrando assim a importância dos meios disponíveis para o seu combate e prevenção.
Essa praga, que chegou à Europa no ano de 2009, adaptou-se ao nosso clima há cerca de três anos, infestando uma grande diversidade de frutos, sobretudo os de pequena dimensão, nomeadamente a cereja. Existem registos de danos significativos em morangos, mirtilos, amoras, framboesas, ameixas, pêssegos e damascos, e pode também ocorrer noutros frutos como uvas, figos, dióspiros e kiwis.
Os danos primários são causados pelas fêmeas que perfuram a superfície do fruto para colocar os ovos, e, posteriormente, pelas larvas que se alimentam da polpa. O fruto infestado pode colapsar alguns dias após a postura. Os danos secundários aparecem um pouco mais tarde e são causados por outros organismos, tais como fungos e bactérias, que se aproveitam dos orifícios dessa oviposição. A dispersão é feita através do voo dos adultos ou da circulação de frutos contendo larvas ou pupas. O transporte de plantas sem frutos não propaga esta espécie. Os frutos infestados apresentam danos como orifícios e podridões, impedindo assim a sua comercialização.
A monitorização deve começar um a dois meses antes da mudança de cor dos frutos, com 1 a 2 armadilhas por campo. As armadilhas podem ser feitas de forma artesanal, através da utilização de garrafas de água de 1,5 l ou 2 l, que devem ser perfuradas à sua volta por pequenos orifícios (para não se apanharem insetos maiores) que devem conter no seu interior cerca de 100 ml de um composto que pode ser constituído por uma mistura de vinho tinto, vinagre, açúcar e 2 gotas de sabão ou líquido da loiça, embora o meio atrativo que se tem revelado mais prático e eficaz seja com um composto de 100 ml de fermento de padeiro, açúcar de cana e água, o que faz com que as moscas sejam atraídas para dentro, morrendo de imediato.
Devem ser colocadas 2 dessas armadilhas por cada 0,5 hectares, num local desimpedido, e as mesmas devem ser renovadas de forma semanal, e quando removidas, devem ser queimadas ou enterradas a uma profundidade superior a 20 cm ou então colocadas no lixo em sacos de plástico fechados, para evitar fugas.
Além disso, deve-se ainda utilizar a luta química contra esta praga, que será sem dúvida a mais eficaz, apesar de os produtos autorizados pelo Ministério da Agricultura não conterem substâncias que consigam eliminar totalmente esta praga. Os inseticidas autorizados para a cerejeira são os seguintes: acetamiprida-EPICK SG, lambda-cialotrina-KARATE ZEON e spinozade-SPINTOR.
Existe ainda a luta cultural, que consiste em manter a parcela limpa, sendo importante retirar os frutos com estragos e sobre maduros e destruir ou enterrar em cerca de 20 cm de profundidade.
Esta sessão de esclarecimento contou com a presença de dezenas de agricultores, dado que os aspetos abordados demonstram ser de bastante relevância para a fruticultura penajoiense e da região, sendo bastante importante a prevenção e combate relativamente a esta praga.
Fonte: www.facebook.com/amijoia2