Operadores turísticos do Douro criticam “mau serviço” da CP
Empresas de passeios fluviais queixam-se de desmarcações e pedidos de reembolso devido aos cancelamentos e “mau serviço” nas ligações ferroviárias que complementam a oferta. A CP reconhece dificuldades em responder à enorme procura turística no Douro.
Três empresas operadoras de passeios de barco no Rio Douro responsabilizam a CP por prejuízos relacionados com desmarcações e pedidos de reembolso de turistas nacionais e estrangeiros devido ao que dizem ser o “mau serviço” da transportadora ferroviária.
Em causa estão as ligações ferroviárias que complementam os passeios fluviais entre o Porto e Peso da Régua.
Num comunicado conjunto enviado às redacções este sábado, a Barcadouro, a Rota Ouro do Douro e a Tomaz do Douro, responsáveis por 85% dos cruzeiros realizados em 2015 na Via Navegável do Douro, acusam a CP de “prejudicar seriamente a actividade económica regional” com a supressão de ligações ferroviárias “em cima da hora”, “sobrelotação das carruagens”, “avarias recorrentes”, “falhas nos sistemas de ar condicionado, carruagens grafitadas (vidros incluídos) e o recurso reiterado a autocarros que fazem por via terrestre o percurso que milhares de turistas antecipadamente escolheram fazer por ferrovia”.
As empresas criticam ainda a “oferta insuficiente e desajustada” de ligações num período crítico para o turismo na região e dizem ter “suspeitas de desvio de automotoras e carruagens” da Linha do Douro para outras rotas.
“É tempo, pois, de questionar se a empresa continua a ter condições para assegurar o serviço público de transporte ferroviário, missão que legalmente lhe está cometida há 156 anos”, lê-se na missiva.
Em reacção, e citada pela Lusa, a CP reconhece que está a ter dificuldades em responder aos “crescimentos brutais” da procura na Linha do Douro mas justifica que a sua “capacidade não é ilimitada”. Segundo os dados da transportadora ferroviária, o transporte de Grupos na Linha do Douro (entre os quais se incluem os clientes dos cruzeiros) cresceu 40% no primeiro semestre de 2016 em relação ao ano anterior.
A CP considera o comunicado das empresas turísticas como “um alerta” e diz estar a dialogar com o Governo para melhorar a oferta no próximo ano.
Fonte: www.publico.pt