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Os demónios andaram à solta pelas ruelas de Lazarim

Diabos chifrudos, demónios assustadores e algumas ‘senhorinhas’ compuseram o leque de figuras monstruosas retratadas nas tradicionais máscaras esculpidas em madeira de amieiro, que em dia de Entrudo andaram à solta pelas ruelas da vila de Lazarim, em Lamego.

Os demónios andaram à solta pelas ruelas de Lazarim

Do imaginário dos cinco ou seis artesãos, que ainda laboram em Lazarim, nasceram as figuras diabólicas, esculpidas em pedaços de troncos de madeira de amieiro, cortados nas margens do Rio Varosa, e trabalhados em verde, quando é mais fácil.

Os ‘caretos’ ficaram completos e puderam sair à rua, mesmo debaixo de chuva, depois de associados a um traje elaborado, na maioria das vezes, com produtos da natureza.

“Este ano tenho 10 novas máscaras na rua: são mais diabos e ‘senhorinhas’, que é o mais típico daqui. Estou há quase quatro meses a trabalhar nelas, com cada uma a demorar-me pelo menos cinco dias”, descreveu Adão Almeida, um dos artesãos.

Aos 53 anos, recorda que começou a arte de trabalhar troncos de madeira de amieiro aos 18, altura em que garante ter feito a sua melhor máscara, “que parecia o Álvaro Cunhal”.

“Também gostei muito de fazer, há alguns anos, a figura do burro, com que andei nesse Entrudo e que agora está no Museu de Bruxelas. Pegamos na navalha e no formão e colocamos na madeira a ideia que temos na cabeça”, descreveu.

O trabalho é minucioso e, por isso, demorado, valendo “entre 200 a 400 euros, dependendo do número de dias que leva até ser terminado”.

A chuva não deu tréguas, mas nem assim afastou os muitos visitantes que, ora vieram pela primeira vez, ora decidiram repetir a visita à pequena vila do concelho de Lamego.

O presidente da Junta de Freguesia de Lazarim, Adérito Vaz, considerou que nesta época do ano a vila vive “o momento alto”, estimando que tenham passado por Lazarim cerca de 4 mil visitantes ao longo dos quatro dias dedicados ao Entrudo.

“Recebemos visitantes de toda a Península Ibérica, mas especialmente do norte de Portugal. Vêm ver os tradicionais caretos, as máscaras em madeira que são a nossa imagem de marca, mas também por causa do Centro Interpretativo da Máscara Ibérica, recentemente inaugurado”, sustentou.

O orçamento para os quatro dias de Entrudo deste ano, que arrancou no sábado e prolonga-se até ao final do dia de hoje, “rondou os 12 mil euros”.

“É mais curto que em outros anos, mas temos de nos orientar com o que temos para dar vida à nossa tradição, que este ano ganhou muita força. Os habitantes da vila estão mobilizados em torno desta tradição”, evidenciou.

“É feita a leitura pública dos testamentos, com a divisão do porco em partes, para além da queima da comadre e do compadre”, explicou Paulo Fernandes, natural de Lazarim.

Fonte: www.dn.pt

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