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Lamego “viveu” o Dia de Portugal

Os prédios salpicados de vermelho e verde, graças às bandeiras de Portugal que, aqui e ali, baloiçavam presas às janelas. As pessoas saíram à rua e muitos vieram de concelhos vizinhos para festejar o dia da Nação. Três dias sem percalços, manifestações evitadas e apenas um cartaz polémico a ‘manchar’ o azul de um céu limpo, com calor, mas sem chuva que pudesse estragar os festejos. Mais um 10 de junho, o último do Presidente Cavaco Silva.
Lamego “viveu” o Dia de Portugal

Dia de Portugal, três dias de festa em Lamego

Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas 2015 começou logo no dia 8, com a passagem do testemunho da cidade da Guarda para Lamego, altura em que o presidente da Câmara Municipal anfitriã sublinhou desde logo o “orgulho” do concelho em ser palco de “um momento de importância inolvidável” para os munícipes.
A cidade começou a “vestir-se” a rigor logo no dia cinco, com a inauguração de uma exposição de Atividades Militares Complementares na Avenida Dr. Alfredo Sousa, no coração de Lamego. A partir daí começou-se a respirar o “10 de junho”.

“A exposição está um espetáculo. Trouxe cá muita gente”, explicou José Manuel Coutinho, residente numa freguesia do concelho do Lamego que, pelo seu passado militar, não esconde o orgulho de ter participado em todas as iniciativas que o programa de três dias promoveu.

Lamego “viveu” o Dia de Portugal

A satisfação com o evento surge também da parte do comércio, que durante os dias de festa ganhou mais ânimo, sobretudo no centro da cidade, como confirmou à VTM José Rodrigues, proprietário do café Solar do Espírito Santo. 
Exigindo um investimento da autarquia que rondou os 150 a 200 mil euros e pela sua dimensão, a organização do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas foi, como preconizou Francisco Lopes, “o maior evento institucional da longa História da cidade de Lamego”.

“Nestas serras majestosas, nestes vales profundos, povos outrora errantes se fixaram. Neste lugar se firmou um ponto de encontro de culturas e um eixo de transição entre o Norte e o Centro, entre o Litoral e o Interior”, recordou o Presidente da República numa das diversas intervenções que teve oportunidade de fazer em Lamego.
E foi a cidade duriense que Cavaco Silva considerou o “lugar apropriado para reafirmar o compromisso com a causa da coesão territorial, uma causa que deve mobilizar todas as gerações para que se descubram e explorem as potencialidades do interior e para que estas se transformem em oportunidades de desenvolvimento”.
Aliás, para sublinhar o espírito de empreendedor que o país deve continuar a edificar, as comemorações contaram ainda, no dia 9, com um almoço que o Presidente da República partilhou com quatro dezenas de personalidades que se destacaram no último ano nas suas atividades profissionais nas áreas da cultura, desporto, ciência, empreendedorismo e associativismo, 40 exemplos “do Portugal contemporâneo, do Portugal que não se resigna, que não baixa os braços, que arregaça as mangas e que quer vencer”.

Lamego “viveu” o Dia de Portugal

Um dos pontos altos do 10 de junho aconteceu, tal como manda a tradição, com a Parada Militar, altura em que centenas de pessoas assistiram atentamente à chegada das várias individualidades (entre as quais todos os membros do Governo), ao desfile das forças apeadas, ao sobrevoo da Força Aérea e ao Salto de Paraquedistas. 

Cartaz à entrada e manifestação à distância

Mais de cem lesados do papel comercial do BES marcaram presença nas comemorações do Dia de Portugal, em Lamego, mas tiveram que ficar longe do local onde decorria a cerimónia militar.
Segundo informações no local, os manifestantes, que alegavam que apenas queriam entregar uma carta ao Presidente da República que interceda por eles, ficaram a cerca de 300 metros do largo da feira, contando com um forte dispositivo policial.

“Nós estamos enjaulados. Em vez de enjaularem as pessoas certas enjaulam as erradas. A nós, que somos pessoas honestas e que fomos roubados, é que metem dentro das grades”, criticou Ricardo Ângelo, da Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial do BES, em declarações à Agência Lusa.
Outro momento que marcou as comemorações do 10 de junho aconteceu logo no dia 8, quando Lamego acordou com um cartaz gigante de apoio a José Sócrates instalado logo à entrada da cidade.

Lamego “viveu” o Dia de Portugal

Portugal tem hoje “motivos de esperança num futuro melhor”
Naquela que foi a última vez que Aníbal Cavaco Silva se dirigiu aos portugueses enquanto Presidente da República no âmbito das Comemorações do Dia de Portugal, as palavras foram de “confiança, independentemente de quem governe”.
No seu discurso durante a sessão solene das comemorações, Cavaco Silva defendeu que, depois de todo o “esforço e sacrifício” investidos por todos para ultrapassar uma situação de “quase bancarrota” e numa altura em que se verifica a “recuperação gradual da economia”, é necessário agora cumprir quatro objetivos: “Em primeiro lugar, o equilíbrio das contas do Estado e a sustentabilidade da dívida pública; em segundo lugar, o equilíbrio das contas externas e o controlo do endividamento para com o estrangeiro; como terceiro objetivo, a competitividade da nossa economia face ao exterior; e finalmente, um nível de carga fiscal em linha com os nossos principais concorrentes”.
Reconhecendo que “Portugal viveu recentemente tempos muito difíceis” e que, inclusivamente, “muitas famílias continuam privadas de um nível de vida digno”, Cavaco Silva enalteceu que “o nosso povo, ao longo da história, sempre conseguiu vencer adversidades e encontrar caminhos de futuro”.
Os elogios foram dirigidos no geral aos “portugueses, que foram exemplares na atitude, na coragem e no sentido de responsabilidade”, e especificamente aos empresários e agentes económicos “que não se acomodaram nem se resignaram”, aos trabalhadores, “verdadeiros heróis”, merecendo destaque os jovens agricultores, “que assumem as empresas familiares e lhes dão um novo rumo”.
Cavaco Silva fez também uma menção especial à nova geração de autarcas que existe atualmente no país e que garante um “poder autárquico mais dinâmico, informado e motivado”. “Conhecem os problemas das suas terras e das suas gentes, mas possuem uma perspetiva abrangente e integrada dos desafios que emergem no quadro da União Europeia”, explicou o Presidente da República.

Lamego “viveu” o Dia de Portugal
Sobre o futuro, Cavaco Silva, que se despede de Belém em 2016, com a realização das próximas presidências, deixou a certeza de que ainda “há um caminho longo a percorrer”, pese embora haja hoje razões “fundamentadas para encararmos o futuro com mais otimismo e confiança”.
“Da mesma forma que nunca vendi ilusões ou promessas falsas aos portugueses, não contem comigo para semear o desânimo e o pessimismo quanto ao futuro do nosso país. Deixo isso aos profissionais da descrença e aos profetas do miserabilismo”, frisou.
No final da sessão comemorativa, o líder parlamentar do Partido Socialista, Ferro Rodrigues, criticou as palavras do Chefe de Estado, classificando o discurso como “totalmente colado” ao do Governo. Em declarações aos jornalistas, Ferro Rodrigues considerou “compreensível que o senhor Presidente da República, num último discurso do 10 de junho, queira dar uma ideia de otimismo ao país”.
Na cerimónia, além dos vários condecorados, participaram diversos rostos bem conhecidos dos portugueses, sendo de sublinhar uma curiosidade em especial, os aplausos que Jorge Sampaio mereceu dos populares que se concentravam à saída do Centro Multiusos de Lamego, onde decorreu a sessão solene.
Depois da Guarda, no ano passado, a opção da cidade duriense para as comemorações deste ano representou a quarta vez que, no decorrer do seu mandato, o atual Presidente da República escolheu uma cidade do interior (Castelo Branco em 2011 e Elvas e 2013).
No que diz respeito à região do Douro e Trás-os-Montes, Vila Real recebeu às efemérides em 1979 (presididas pelo Presidente Ramalho Eanes), enquanto Chaves foi palco do Dia de Portugal em 1997 e Bragança em 2004, ambas escolhas de Jorge Sampaio.

Lamego “viveu” o Dia de Portugal

“É crucial que falem connosco, que nos ouçam”
Na véspera de assinalar o Dia de Portugal, o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, encontrou-se, frente-a-frente, em Lamego, com um grupo de 90 jovens, que lhe entregaram um conjunto de recomendações e pediram “políticas de juventude mais coerentes e justas”.
Reunidos durante todo o dia, no âmbito do encontro “A interioridade e os desafios da emancipação jovem”, promovido pelo Conselho Nacional da Juventude (CNJ), os jovens, oriundos de várias regiões do país e alguns provenientes do estrangeiro, “trabalharam” em três grupos de trabalho, abordando “Educação e Qualificação”, “Emprego e Economia Local” e “Acesso à Informação e Participação”.
“O problema que os jovens enfrentam é conhecido por todos nós. Somos a geração mais qualificada de sempre mas a grande maioria não consegue sair de casa dos pais antes dos 30 anos. Os nossos salários médios rondam os 600 euros. As desigualdades contratuais entre raparigas e rapazes persistem e, embora numa tendência decrescente, o desemprego jovem em Portugal, ronda ainda aos 35 por cento”, enumerou Joana Branco Lopes, presidente da CNJ.
Mas a responsável apontou um problema ainda mais grave, o distanciamento crescente dos jovens da política. “O mais recente estudo encomendado pelo Presidente da República mostra que a juventude parece não querer saber da política. Pelo menos da forma como ela é feita hoje e nas estruturas em que ela acontece”, lamentou.
Ainda assim, enquanto órgão que existe para “representar e defender os interesses da juventude portuguesa”, o CNJ não se revê nessa “apatia” e apelou para que os próximos meses, em que decorrerão momentos importantes da vida política nacional, sejam aproveitados para “ouvir e debater o que o país quer para o seu presente e para o seu futuro”.
“É crucial que falem connosco, que nos ouçam. É urgente que as nossas reivindicações sejam traduzidas em políticas e em espaços de participação através por exemplo da integração do CNJ no Conselho Económico e Social. Numa altura em que os empregos não aumentam, não faz sentido que os jovens fiquem de fora da concertação social”, defendeu Joana Branco Lopes.

Lamego “viveu” o Dia de Portugal
Depois de ouvir as conclusões dos vários grupos de trabalho dos jovens e as várias recomendações, Cavaco Silva enalteceu o facto de, nas visitas que tem feito pelo interior do país, não ter encontrado entre os jovens “a cultura do pessimismo, do desânimo e da descrença” que se sente nos “corredores políticos de Lisboa”.
“Penso que esta geração, uma geração de mudança, tem aqui uma oportunidade de agarrar o futuro, mas agarrá-lo com a confiança de que podem vencer as dificuldades”, defendeu.
O presidente incitou os jovens a apostar exatamente no interior, no aproveitamento dos recursos locais, lembrando que “o desenvolvimento regional deve começar em primeiro lugar por um olhar muito atento em relação ao que existe nos mais variados domínios”.
Mas o Chefe de Estado deixou ainda uma advertência ao alertar que os autarcas, pela proximidade e pelo conhecimento das potencialidades existentes, têm um papel importante a cumprir na dinamização dos agentes locais e no desenvolvimento económico dos seus municípios. 
“Não se pode estar sempre a colocar as culpas no poder central. Façam o vosso trabalho, e se alguém tiver que ficar mal, então que seja aquele que está no Terreiro do Paço”, avisou.

Fonte: www.avozdetrasosmontes.com

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