Quatro mulheres mortas pelos maridos
Isabel Figueiredo, de 60 anos, tinha apresentado queixa por violência doméstica na PSP de Lamego contra o ex-marido, Rui Canelas, de 61, há poucos meses. Mas retirou-a depois de o empresário que comercializava frutas e vinho pedir desculpa. Ontem, foi assassinada com três tiros na cabeça, numa rua em Lamego. Rui Canelas suicidou-se com o mesmo revólver calibre .32.
Esta é a quarta mulher assassinada esta semana pelos companheiros.
O casal estava divorciado há um ano, mas Rui Canelas nunca se conformou. Perseguia e ameaçava a ex-mulher, que foi vítima de agressões ao longo de vários anos de casamento. Nos últimos dias as ameaças subiram de tom. Disse-lhe que a matava se ela não voltasse para casa.
Em pânico, Isabel Figueiredo deslocou-se quarta-feira à esquadra da PSP de Lamego, depois de ser perseguida pelo ex-marido. Queria “reativar a queixa”, disse aos agentes. A PSP fez um aditamento ao processo e enviou o caso para o tribunal.
Ontem, Isabel saiu para fazer uma caminhada com uma amiga. O empresário seguiu-a, parou o jipe junto das duas e depois de uma troca de palavras sacou da arma e atingiu a ex-mulher. Isabel Figueiredo ainda pediu socorro, mas acabou por cair inanimada no passeio.
O corpo do atirador ficou na estrada. Após o divórcio, Isabel Figueiredo vivia com a mãe e um filho. O casal deixa dois filhos maiores.
A população de Lamego está em choque.
Esfaqueada depois de ir à esquadra
Maria Cremilda Pinheiro, 52 anos, foi esfaqueada até à morte pelo marido, na quinta-feira, na casa onde residiam, em Setúbal. O casal estava em processo de divórcio.
Após uma discussão, a vítima fugiu para a esquadra da PSP. Apresentou queixa e regressou a casa, onde o marido a esperava, acompanhada pela polícia, que avaliou a situação como sendo de “baixo risco”. Meia hora depois, foi assassinada por João Pinheiro, 52 anos.
Mata a mulher para evitar sofrimento
Mário Fernandes, 77 anos, tinha medo de morrer e deixar a mulher sozinha.
Na passada segunda-feira, não aguentou mais e pôs termo à vida depois de assassinar a companheira,de 84 anos, em Mem Martins, Sintra. Judite morreu por asfixia.
O casal não tinha filhos e estava doente. Ele tinha um problema cardíaco, enquanto ela sofria de Alzheimer. A PSP encontrou Judite no chão, com uma flor sobre o corpo.
Degolou médica e matou-se na cadeia
Cinco dias depois de matar a mulher, Sérgio Mata, de 43 anos, natural da Azambuja, suicidou-se quinta-feira na cadeia, à terceira tentativa.
Emigrado no Brasil, onde residia com a mulher, Adriana Marques, da mesma idade, e o filho, de nove anos, Sérgio não aceitava a separação. Após uma discussão em frente à criança, Adriana, médica, foi degolada com uma faca de cozinha. Homicida tentou matar-se logo após o crime.
Fonte: www.cmjornal.xl.pt