Museu de Lamego lança Cadernos “Conhecer, Conservar, Valorizar”
“Nas reservas dos museus habitam memórias”. É desta forma que arranca o primeiro número dos Cadernos “Conhecer, Conservar, Valorizar”, que o Museu de Lamego disponibiliza online a partir do dia 28 de setembro. E são essas memórias, de objetos menos conhecidos ou esquecidos, que esta nova publicação, com um cariz marcadamente multimédia, vem resgatar, pondo-os em relevo, promovendo a sua valorização, enriquecendo o olhar e o conhecimento.
Inserida nas Jornadas Europeias do Património, esta é, no entanto, uma iniciativa que parte de um projeto mais vasto, com o mesmo nome, que arrancou em 2011 e que a Associação Portuguesa de Museologia (APOM) viria a distinguir no ano seguinte na categoria “Melhor Intervenção em Conservação e Restauro”. O Museu de Lamego via assim reconhecido o modelo de gestão de coleções participativo, alicerçado numa campanha de fundraising, e a intervenção exemplar a que foi submetida a gravura “Alegoria a África”.
É exatamente todo o processo de redescoberta desta gravura, cujo restauro foi inteiramente suportado pelos donativos do público, que ocupa as páginas do primeiro número dos Cadernos “Conhecer, Conservar, Valorizar”, seja do ponto de vista do estudo formal da peça, da iconografia ou do contexto de produção, incluindo ainda uma reflexão sobre todo o processo de conservação e restauro.
Nesta primeira edição, o Museu de Lamego conta com a colaboração da conservadora-restauradora Mafalda Veleda, responsável pela recuperação da “Alegoria a África”, e do historiador de arte Frédéric Jiméno Solé, doutor em História da Arte pela Universidade de Paris 1 Panthéon-Sorbonne.
Datada do primeiro quartel do século XVIII, a gravura que se conserva no Museu de Lamego é o único exemplar que se conhece pertencente a uma famosa série intitulada “As Quatro Partes do Mundo”, impressa em Paris, pelos herdeiros de Pierre Landry, um prestigiado gravador e editor francês.
De acesso livre, os Cadernos “Conhecer, Conservar, Valorizar” pretendem ainda chegar a um leque mais alargado de público, aliando um pequeno vídeo sobre o restauro da gravura. As filmagens decorreram no Museu de Lamego, na sala temática Conhecer, Conservar, Valorizar e nas reservas, onde atualmente se conserva a gravura.
Fonte: www.museudelamego.pt