Peregrinação ao Santuário de N. S. da Lapa – 2014 – Fotos
No passado dia 10 de Junho, um elevado número de Paróquias, sacerdotes e, sobretudo, peregrinos, quer da Diocese de Lamego, quer de outras Dioceses, peregrinaram ao Santuário de Nossa Senhora da Lapa.
Esta peregrinação foi precedida por uma Novena de preparação que, este ano, foi orientada pelo Rev. Pe. António Jorge Giroto, Pároco in solidum de Alvite, Leomil e Sever e Vice-Arcipreste de Moimenta da Beira-Sernancelhe-Tabuaço.
No dia da peregrinação, a partir do início da manhã, muitas Paróquias, algumas das quais acompanhadas pelo respectivo Pároco, iniciaram as suas procissões de oração e rogação, com a respectiva Cruz Paroquial e bandeiras, em direção ao Santuário.
Pelas 11h30, teve início a procissão de entrada da Solene Eucaristia, presidida por Sua Exc.ª Rev.ª, o Sr. D. António Couto, Bispo de Lamego que, saindo do Santuário, se dirigiu para o recinto onde iria ser celebrada a Santa Missa.
No início da celebração, o Rev. Pe. José Amorim, Reitor do Santuário, saudou os peregrinos e explicou que
“esta peregrinação teve início em tempos recuados quando uma praga que afectou os castanheiros desta vasta região, a qual só foi debelada depois que os agricultores se uniram em oração a Nossa Senhora da Lapa. A partir de então, os mesmos agricultores fizeram a promessa de aqui virem anualmente agradecer, em procissões penitenciais, como ainda hoje se continua a observar”
Na sua homilia, o Sr. D. António Couto, após saudar todos os presentes, e de um modo particular, os peregrinos “vindos das vossas terras, das vossas casas, das vossas famílias a este Santuário de Nossa Senhora da Lapa”, começou por pedir-lhes:
“Deixai-vos acolher pelos braços abertos, maternais de Maria, aquela que tem nos seus braços Jesus, que ela acolheu com carinho e com ternura, que ela apresenta a cada um de nós. E é da mesma maneira, com o mesmo carinho, com a mesma ternura, que ela nos recebe a cada um de nós.”
O Sr. Bispo recordou que, 10 de Junho, “é o dia de Portugal, o dia do Anjo de Portugal, o dia das comunidades portuguesas. É o dia em que devemos olhar para o nosso país, que nós amamos, e velar por ele, também com carinho e ternura. Porventura, o que falta a Portugal é carinho e ternura. Não é por acaso que temos cada vez menos mães em Portugal. E o carinho passa pelo colo das nossas mães, pelos braços carinhosos das nossas mães.”
O Sr. D. António fez uma especial referência, quer ao Anjo da guarda de cada um, quer ao Anjo de Portugal:
“Os Anjos representam a ternura de Deus, a proximidade de Deus. É o modo que Deus tem de nos acompanhar e de nos proteger. Por isso, temos uma particular devoção ao nosso Anjo da Guarda, o Anjo que nos acompanha, que nos protege, que nos abençoa, que nos defende, que nos guia.”
Em seguida, o Sr. Bispo centrou a sua reflexão nas leituras da Liturgia desse dia e, de um modo particular, no Livro de Daniel, convidou todos a dar mais importância, não ao amor da sabedoria, mas sim “à sabedoria do amor”, que Daniel soube viver, e que “não se aprende nos livros, nem nas escolas, nem nas universidades. Esta sabedoria do amor começa a aprender-se no colo da nossa Mãe.” E concluiu: “temos de colocar neste mapa de Portugal a ternura, o amor e o carinho”.
Comentando longamente, depois, o texto do segundo capítulo do Livro de Daniel (Dn 2, 1-45), que descreve um sonho de Nabucodonosor, rei da Babilónia, que só Daniel soube, após rezar ao Deus de Israel, conhecer e interpretar, o Sr. D. António afirmou:
“À semelhança da estátua do sonho de Nabucodonosor, também nós temos ouro na cabeça, prata no coração e nos braços, um ventre de bronze e pernas de ferro. Queremos que a nossa importância seja reconhecida.”
E prosseguiu:
“Pegai nessa estátua, que somos nós, que é esta sociedade, e deixai que ela seja desfeita por essa pedrazinha que é a Palavra de Deus, que vem, devagarinho, pela montanha abaixo e transforma a nossa estátua em pó, para que nasça um homem novo, uma mulher nova, que tenha na cabeça grandes e belos ideais, que tenha sensatez; que tenha um coração de carne e uns braços de carne, com as mãos abertas, capazes de levantar uma criança; um ventre de misericórdia; umas pernas que não sejam de ferro e uns pés que não sejam de barro, mas sejam os pés de quem leva dentro o Evangelho, descritos por Isaías: ‘Como são belos sobre os montes os pés do mensageiro que leva boas novas a Sião’.”
Ao concluir a sua homilia, o Sr. D. António pediu a todos os presentes:
“Meus irmãos, temos que mudar a nossa vida quase toda. Precisamos de um país com muito mais mães, de braços abertos, como Nossa Senhora da Lapa, com muito mais crianças, que tragam a este mundo, a este país, novos horizontes, novas maneiras de ver, de sonhar e de pensar.”
No final da Eucaristia, o Sr. Bispo benzeu as novas medalhas dos zeladores da Associação de Nossa Senhora da Lapa, antes de ter lugar a Procissão de despedida à imagem da Beata Virgem Maria.
Fonte: www.diocesedelamego.wordpress.com