“A Glorificação do Divino” prolongada até finais de julho – Museu de Lamego
A mostra que retira as esculturas dos nichos das capelas que as contextualizam e as coloca num espaço que lhes é totalmente estranho vai ser prolongada até ao próximo dia 27 de julho. Assim é “A Glorificação do Divino”, uma exposição que é um desafio e um novo olhar sobre a escultura barroca do Museu de Lamego.
Originalmente integradas nas estruturas retabulares de algumas das capelas provenientes do extinto Convento das Chagas de Lamego, as esculturas estão agora suscetíveis à observação integral do visitante que, pela primeira vez, as poderá apreciar na sua verdadeira tridimensionalidade.
Entre imagens da Virgem, Santos e Arcanjos, o discurso expositivo desenvolve-se numa narrativa que começa no séc. I, numa dualidade sempre presente entre o Céu e a Terra, com os protagonistas desta exposição a assumirem o papel eterno de intermediários entre o Homem e Deus.
Aproveitando o restauro, ainda a decorrer, da Capela de São João Evangelista e a intervenção nas esculturas, da responsabilidade da empresa Detalhe Lda., “A Glorificação do Divino” não termina sem a recriação de uma oficina de restauro e dois vídeos em permanente exibição, um sobre o trabalho que está a ser desenvolvido pelos técnicos de restauro e o segundo sobre o processo da manufatura de uma escultura, cedido pelo Getty Museum, parceiro nesta exposição.
Parceiros imprescindíveis, sem os quais esta exposição não seria possível, foram também a MultiOpticas Lamego e a Ourivesaria Oliveiras, cujo patrocínio possibilitou trazer a público um novo olhar sobre as coleções do Museu de Lamego, num projeto que contou ainda com o apoio do Município de Lamego.
Distribuída por duas salas, a escultura ganha outra dimensão, aproximando-se do público, sublinhando a expressão plástica e iconografia da escultura portuguesa dos séculos XVII e XVIII, numa altura em que a produção de imaginária, obedecendo às orientações do Concílio de Trento, está condicionada por pressupostos de natureza mais religiosa do que estética.
A entrada é livre.
Fonte: www.museudelamego.pt