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Plast&Cine celebra neorrealismo de Júlio Pomar

A cultura voltou a invadir as ruas da cidade de Lamego para receber o Plast&Cine, um evento que mistura as artes plásticas e o cinema. Após a homenagem, em edições anteriores, a Roberto Chichorro, Cruzeiro Seixas, José Rodrigues e Emília Nadal, este ano, o protagonista foi Júlio Pomar, considerado um dos pintores mais talentosos da sua geração e o mais brilhante dos cultores do neorrealismo em Portugal.

Plast&Cine celebra neorrealismo de Júlio Pomar

Entre os dias 18 e 19 de outubro, Lamego acolheu um vasto programa de iniciativas dedicadas à vida e obra do artista plástico que se destaca, sobretudo, na pintura. Uma das grandes novidades da 5ª edição do Plast&Cine foi a realização de um passeio etnográfico no rio Douro, realizado no primeiro dia de atividades, que reuniu a bordo diversas personalidades do meio artístico, cultural e político.

Apesar dos seus 87 anos de idade, o pintor e poeta Júlio Pomar deu uma grande mostra de vitalidade física e mental ao estar presente em todas as iniciativas e partilhar a vontade de continuar a trabalhar e promover o mundo das belas-artes. “Sinto-me como o menino entre as bruxas, como na expressão popular, mas aqui não há bruxas, as pessoas são todas muito simpáticas. Apenas acredito que todos os jovens deveriam participar mais neste tipo de eventos. Uma cidade com tanta história e tanta beleza deve continuar a apostar no Plast&Cine para que assim haja um maior contacto entre as artes e as novas gerações”, revelou Júlio Pomar.

De caráter gratuito, houve oportunidade para os lamecenses interagirem com várias componentes do evento. Para além da realização de diversas intervenções performativas de rua nos dois dias, foi exibido no Teatro Ribeiro Conceição, o documentário Só o Teatro é Real, realizado por Tiago Pereira e com música de Ricardo Jacinto. Após a sua exibição, a fadista Aldina Duarte cantou cinco fados para homenagear o Mestre que considera “uma das figuras fundamentais da minha formação humana e artística”.

No sábado, o homenageado “abriu as portas” da Casa do Poço (Museu Diocesano de Lamego) para a abertura ao público da exposição Júlio Pomar: Outras Histórias, na Casa do Poço, onde são apresentadas 35 obras do artista plástico. As pinturas de tigres, macacos, odes marítimas e outros trabalhos ligados à sua passagem pelo Brasil vão estar patentes neste espaço cultural até 14 de novembro. Antes, rodeado de amigos e curiosos, o artista plástico assistiu a uma encenação do grupo de teatro O Andaime, que fez uma alusão dramatúrgica à sua vida, bem como a estreia do documentário Andarilho em Cores de Beija-Flor, dedicado a Roberto Chichorro, convidado do ano anterior.

Um outro ponto alto da homenagem a Júlio Pomar foi a conferência sobre a sua vida e obra, realizada no Teatro Ribeiro Conceição, onde o artista teve a oportunidade de partilhar memórias e revelar fontes de inspiração. “Não sei. Tudo é possível. Normalmente, essas coisas acontecem sempre ao contrário daquilo que prevemos. A maravilha da arte e da vida é a gente não ser capaz de prever tudo”, confidencia quando questionado se Lamego e o Douro podem ainda ser retratados numa tela.

O Plast&Cine é anualmente promovido na cidade de Lamego pela Câmara Municipal, pela Associação de Municípios Douro Alliance – Eixo Urbano do Douro (Vila Real, Peso da Régua e Lamego) e pelo Grupo de Comunicação Novembro.

Fonte: www.cm-lamego.pt

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