Lamego devolve avenidas históricas aos peões e potencia componente turística
No início do próximo ano já vai ser possível percorrer a pé o Eixo Barroco da cidade de Lamego, composto pelas históricas avenidas Dr. Alfredo de Sousa e Visconde Guedes Teixeira, após estar concluído um investimento superior a 2,5 milhões de euros que vai garantir a requalificação e a valorização paisagística desta zona nobre. Esta intervenção, a mais importante desde a construção deste espaço público no início do século XX, integra um projeto público mais alargado de regeneração urbana – o Viver Lamego -, que a Câmara Municipal de Lamego tem em execução neste momento.
O projeto de requalificação do Espaço Público do Eixo Barroco, designação que assume esta empreitada, vai introduzir novos hábitos no dia a dia dos lamecenses ao regenerar o “coração” da cidade, abrangendo uma vasta área que vai desde os postos de combustível situados junto ao Tribunal de Lamego até ao escadório dos Remédios, incluindo o Largo Camões. Em resposta a algumas preocupações dos lamecenses, Francisco Lopes esclareceu que serão mantidos no local os quatro espelhos de água que refletem a imagem do escadório existentes na Av. Dr. Alfredo de Sousa, bem como o monumento em homenagem ao Soldado Desconhecido.
Em concreto, a implementação do novo desenho urbano vai unir as duas avenidas, através da supressão da circulação automóvel em torno do Soldado Desconhecido, e manter as árvores existentes, para além da plantação de 113 novas, bem como reformular as zonas de estacionamento disponíveis. Este será mantido no espaço paralelo às zonas pedonais. No subsolo, está prevista a renovação das infraestruturas básicas e à superfície serão utilizados materiais nobres, sobretudo granito, e colocado mobiliário urbano moderno.
“Este projeto nasce da necessidade de requalificar o nosso centro urbano. Queremos a criação de valor económico e de condições de inclusão social que combata a desertificação e ajude a fixar a população, sobretudo os jovens. A intervenção no Eixo Barroco vai olhar para o futuro, mas também vai ler o passado nas suas múltiplas etapas. Acredito que revolucionará a qualidade de vida da cidade”, explica o autarca.
A melhoria da integração, mobilidade e articulação urbana desta zona com a restante cidade vai provocar importantes alterações na circulação automóvel em diversos arruamentos para uma melhor distribuição viária, consequência da eliminação da rotunda do Soldado Desconhecido. Na opinião de Francisco Lopes, a solução atual gera “conflitos” entre os peões e os veículos que a autarquia de Lamego quer pôr termo.
Após a conclusão deste projeto de regeneração urbana, vai nascer uma nova avenida de grandes dimensões sem quaisquer barreiras arquitetónicas e visuais, suscetível de passar a acolher iniciativas sociais e económicas de maior impacto. Instituições públicas e privadas (IGESPAR, EDP, juntas de freguesia, entre outras), através da celebração de acordos de parceria, estão envolvidas com a Câmara Municipal para garantir o êxito deste empreendimento que promete renovar a área mais nobre da cidade de Lamego. “A candidatura submetida à obtenção de fundos comunitários foi muito bem estruturada, considerada a segunda melhor do Norte do país. Queremos manter as funcionalidades normais das duas avenidas, mas dar prioridade aos peões de modo a dinamizar o comércio e tornar este espaço mais apelativo para receber grandes eventos sociais”, explica Francisco Lopes. “Haverá uma melhor articulação e integração paisagística entre a nova avenida, o Largo Camões e o Parque da Cidade, em frente ao Centro Multiusos, dando um tratamento mais uniforme ao espaço”, justifica o autarca deste modo a necessidade de salvaguardar e valorizar este património para uma “melhor fruição”.
Os pormenores desta operação foram divulgados durante a apresentação pública do projeto Viver Lamego que decorreu no Salão Nobre dos Paços do Concelho, a 15 de fevereiro último, que contou com a presença de Almeida Henriques, secretário de Estado Adjunto da Economia e Desenvolvimento Regional que voltou a sublinhar a importância da aplicação correta dos fundos comunitários: “O único instrumento que hoje o Governo pode utilizar”.
Orçado em 10 milhões de euros e comparticipado pelo QREN, o projeto Viver Lamego integra trabalhos já executados na rua da Olaria e Encostinha e outras intervenções, mais avançadas, no Bairro do Castelo e no Largo da Feira com o objetivo de potenciar a componente turística e comercial da cidade.
Fonte: www.cm-lamego.pt