Aumento de trânsito na EM313, da Régua a Vila Real, torna estrada mais perigosa, diz autarca
O fim das isenções na Autoestrada 24 (A24) levou “ainda mais carros” para a Estrada Municipal 313, entre Vila Real e Régua, tornando esta via “também mais perigosa”, disse hoje o presidente da Junta de Vilarinho dos Freires.
O Governo introduziu portagens nas vias Sem Custos para os Utilizadores (Scut) em dezembro do ano passado. No dia 30 de setembro, terminou o regime de isenções de 10 viagens para os residentes e foi então introduzido um desconto que se traduz em tarifas 15 por cento mais baixas.
A A24 registou uma diminuição de tráfego de quase 40 por cento desde a introdução de portagens em dezembro, sendo a segunda via do país com maior diminuição de tráfego e a primeira em custo por quilómetro de viagem.
Uma semana depois do fim das isenções, o presidente da Junta de Vilarinho dos Freires, no Peso da Régua, diz que observou um “aumento ainda maior” de tráfego pela Estrada Municipal 313 (EM313), que serve de alternativa à autoestrada.
“Sem dúvida que há um aumento e agora, cada vez maior. Cada vez há mais trânsito, o que torna a estrada muito perigosa”, afirmou à agência Lusa.
Manuel Figueiredo referiu que há mais automóveis e camiões a atravessar as localidades servidas pela EM 313 e lamentou que muitos não respeitem os limites de velocidade nem a sinalização. “É tudo em altas velocidades”, frisou.
O autarca referiu ainda que a via “não tem boas condições, encontrando-se deteriorada e cheia de buracos” e, por isso, defendeu a colocação de, pelo menos, semáforos de velocidade ou lombas nas localidades.
E, ao contrário das expectativas criadas há quase um ano com a introdução de portagens, Manuel Figueiredo salientou que o aumento de tráfego não se traduziu num aumento de clientes para os cafés e restaurantes espalhados ao longo da via.
“Sempre se vende um cafezito ou outro. Há um por outro que para, mas não é aquela afluência de clientes que se esperava”, sublinhou.
Para o PS, as portagens e, agora, o fim das isenções, representam “mais um ataque ao interior de Portugal, um ataque aos cidadãos e às empresas que teimam em continuar a residir e sediar-se nestas regiões”.
Por isso mesmo, os deputados eleitos pelo distrito de Vila Real, Rui Santos e Pedro Silva Pereira, perguntaram ao ministro da Economia e Emprego, através de um requerimento entregue na Assembleia da República, se o Governo está disponível para rever esta “medida altamente lesiva para os cidadãos e para as empresas do distrito de Vila real e para a economia portuguesa”.
Os socialistas querem ainda saber se o Governo vai divulgar “a alegada fundamentação jurídica apresentada pela Comissão Europeia, atrás da qual tenta desresponsabilizar-se por mais este desrespeito pelo interior do país”
Fonte: www.rclamego.pt